domingo, 28 de agosto de 2016

Boas intenções e as consequências do aumento do salário mínimo




Olá a todos!

Influenciado pelos ensinos de Jesus e de outros mestres, nós aprendemos que devemos procurar não só o nosso bem como também de todos a nossa volta, de toda a sociedade. O que muitas vezes não se ensina é que não basta apenas desejar o bem: é necessário que também procuremos aprender o que constitui esse "bem" que tanto devemos desejar. Termos do primero com pouco ou nada do segundo tende a nos levar a uma clássico predicamento humano: pessoas com boas intenções causando dor e sofrimento por defender más ações.

Uma das áreas clássicas que tenho notado em que esse predicamento costuma aparecer é a econômica. O fato é que muitas pessoas não possuem sequer noções básicas de economia e quando vão discutir políticas públicas, projetos de lei e arranjos sociais acabam por defender propostas prejudiciais à sociedade que desejam melhorar. 

Nesse contexto um caso clássico é o da existência e aumento do salário mínimo. Seguindo apenas a teoria econômica, mais especificamente a Lei da Demanda, já poderíamos concluir que a existência de um mecanismo que encareça um serviço em relação ao preço que teria na ausência daquele mecanismo implicaria numa demanda menor por aquele serviço (tudo o mais igual). Em outras palavras, um salário mínimo e o seu aumento gera desemprego. Não apenas isso, a diminuição da demanda ficaria focada nos menos hábeis para executar as suas tarefas de maneira que a população mais pobre e menos educada viria a ser a mais atingida por tais medidas.

Essa previsão tem sido confirmada por pesquisas científicas. Mais recentemente o professor Jeffrey Clemens da University of California-San Diego publicou um complemento a um estudo anterior demonstrando que o aumento do salário mínimo nos Estados Unidos em anos recentes mataram quase tantas vagas de emprego de profissionais pouco qualificados quanto a recente recessão econômica da crise de 2007-08. 

Para conferir mais detalhes sobre esse trabalho, clique aqui.

O curioso disso tudo é que boa parte da população que geralmente mais defende a existência e aumento de um salário mínimo e, consequentemente, a piora na qualidade de vida da população trabalhadora menos educada é composta por pessoas que vorazmente defendem esses pobres no ambiente público. Um provável exemplo, portanto, de pessoas com boas intenções defendendo más ações, aqui ações contrárias aos seus próprios intentos.

Naturalmente esse fato não é suficiente para rejeitarmos o salário mínimo; é possível que haja fatores filosóficos, sociais e mesmo econômicos que compensem as consequências mencionadas. O que mais importa aqui é que não apenas estejamos cientes das consequências do salário mínimo e do seu aumento como aprendamos a importância do conhecimento como parte fundamental no processo de escolha das propostas e ideias a serem defendidas na busca por um mundo melhor.


Que o Senhor seja com vocês,

Momergil


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