Um tema recorrente na mídia e em debates públicos é o da promoção da igualdade. Esse "igualitarianismo", fortemente relacionado à ideologia "de esquerda", é constantemente usado como fundamento de estudos, ações e políticas nas mais variadas áreas tais como econômica, racial e de gênero. No centro de tais medidas jaz a crença que a diminuição de muitas das desigualdades vigentes na sociedade nos levaria a um mundo melhor.
O presente artigo visa expor uma falha lógica fatal presente no raciocínio igualitário para depois concluir com reflexões sobre os impactos dessa falha para a filosofia política. Para ouvi-lo, há uma versão em áudio lida por mim que pode ser acessada por esse link.
Nota: devido ao meu contínuo aprendizado desde que este artigo foi publicado, há a necessidade de uma revisão em torno do conceito "non sequitur" trabalhado nessa obra, revisão essa que será feita em momento futuro oportuno. Todavia, a tese principal aqui defendida continua válida.
Momergil
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Introdução
Nos mais distintos campos do saber humano, muitas ideias e grupos de ideias vieram a ser elaboradas. Em suas defesas, costuma-se empregar argumentos, instâncias de raciocínio compostas por afirmações[R1] onde uma, a conclusão, é pretendidamente suportada pelas demais, as premissas, por meio de uma estrutura que consiste na maneira como tais afirmações são dispostas[R2].
Argumentos nem sempre são bons: eles podem falhar em providenciar o devido suporte à crença racional em suas conclusões. Essa falha pode ser resultado de problemas na veracidade das premissas, na estrutura do raciocínio ou em ambos ao mesmo tempo[R2]. No segundo caso, tem-se um problema de natureza lógica e a tal tipo de erro costuma-se chamar "falácia lógica". Assim, um argumento é "logicamente falacioso" caso apresente uma falha em sua estrutura que o inviabiliza como meio adequado de demonstrar a veracidade da sua conclusão[R3].
Reconhecer a presença de um erro estrutural em um raciocínio ou de um novo tipo de falácia geralmente envolve o simples uso da intuição racional. Normalmente cabe ao analisador reconhecer, apenas contemplando o argumento, que ele não é logicamente válido. Por essa razão, algumas das propostas de novos tipos de falácias consistiram em simples menções a elas. Assim foi quando C. S. Lewis propôs o bulverismo[R4] e Antony Flew, a "não é um verdadeiro escocês"[R5].
Em certos casos, porém, é possível demonstrar que uma certa linha de raciocínio é falaciosa. Um exemplo de viabilidade de demonstração diz respeito às diversas configurações do chamado non sequitur, o caso em que a conclusão simplesmente não segue logicamente das premissas quando se pretende defender um raciocínio dedutivo[N1]. Neste caso, é possível demonstrar a presença de um non sequitur apresentando ao menos uma situação em que a estrutura de raciocínio proposta se faz presente sem que a conclusão esteja correta.
Por exemplo, a falácia argumentum ad Nazium (ou reductio ad Hitlerum) consiste em afirmar que algo é ruim porque Hitler ou o Nazismo o defendia[R6]. Como o método sugere, essa linha de raciocínio é demonstrada falsa ao se contemplar ao menos uma coisa boa ou ao menos não ruim que Hitler ou o Nazismo defendiam, tal como ser vegetariano ou o progresso de uma nação. Sendo verdade que ser vegetariano não é algo maldoso ou ruim e, todavia, o Führer o praticava[R7], fica demonstrado que o simples fato de Hitler ter defendido algo não implica que este seja ruim. O mesmo vale para o caso do progresso de uma nação defendido pela visão nazista.
A "apelo à natureza" fornece outro exemplo. Esta falácia consiste em afirmar que algo é bom ou correto pelo simples fato de ser [de origem] natural, ou então ruim ou errado caso não seja natural[R8]. Tal raciocínio é demonstrado logicamente inválido quando se contempla, por exemplo, que uma massa industrializada não é ruim para a saúde humana, inclusive sendo melhor para esta do que alimentar-se de plantas e animais venenosos embora estes sejam naturais.
Exemplos como os apresentados acima demonstram a validade desse método para o reconhecimento de casos non sequitur. Por consequência e segundo o que foi abordado anteriormente, uma vez que uma avaliação semelhante tenha sido realizada sobre algum argumento, a ação correta será abandoná-lo evitando, assim, uma crença com justificativa racionalmente inválida. Isso, todavia, não é o mesmo que e tampouco implica na necessidade de abandonar a crença: um argumento estruturalmente inválido não implica em sua conclusão ser falsa, mas tão somente que ele não consiste numa justificativa adequada para se crer em sua conclusão. É possível que um argumento falhe logicamente enquanto sua conclusão seja verdadeira e demonstrável por meio de outra linha de raciocínio[N2]. Em alguns casos, porém, a morte de um argumento implica na derrota, ainda que temporária, da sua conclusão. Isso ocorre tanto com as proposições que têm a sua sustentação em um único argumento[N3] quanto com aquelas que estão intrinsecamente relacionadas a ele. Neste último caso, a conclusão é racionalmente inaceitável porque não há como ser acreditada sem que se afirme a falácia.
Também é importante reconhecer que, às vezes e dependendo do contexto, uma linha de pensamento será plausível apesar de empregar uma falácia. Um exemplo típico consiste na "falácia de composição" quando empregada para determinar a cor de uma superfície. Essa falácia consiste em afirmar que um todo possui uma determinada propriedade porque [todas as] suas partes possuem aquela propriedade[R9]. Empregando o método anterior, pode-se demonstrar que tal não procede. Por exemplo, todas as partes da pintura Mona Lisa de Da Vinci são manchas disformes enquanto que a pintura, o todo, não o é. Por outro lado, é plausível concluir que a cor de uma superfície de lajotas será verde se todas as suas lajotas forem verdes. Este raciocínio parece plausível mesmo sendo um caso de falácia de composição.
Uma nova falácia
Quando uma linha de raciocínio é identificada e aparece com certa frequência, é comum que se lhe batize com um nome[R3] como foi o caso dos dois exemplos de falácias mencionados anteriormente. Tendo isso em consideração bem como o método recém apresentado para identificar casos de non-sequitur, proponho que se reconheça a existência de uma nova falácia plausivelmente denominável "da igualdade" ou "igualitariana".
A linha de raciocínio contemplada é aquela segundo a qual "se, em determinada situação, há igualdade, então tal situação é boa ou melhor do que seria caso houvesse desigualdade". O que se está a afirmar é a existência de alguma relação de implicação entre igualdade e estado qualitativo positivo moral, estético ou de qualquer outra natureza (como o presente em "uma boa jogada de xadrez").
Seguindo o método proposto, demonstra-se que tal linha de raciocínio é uma forma de non-sequitur caso haja ao menos uma situação em que a relação de implicação entre igualdade e estado qualitativo positivo não se faça presente - e casos assim são abundantes.
Para o primeiro exemplo, tem-se a questão da pobreza. Diante de uma realidade de recursos escassos, pessoas podem vir a concentrar mais ou menos destes recursos ficando mais ou menos ricas. Dependendo do nível que possuir, um indivíduo poderá ficar incapaz de possuir o mínimo para suprir suas necessidades básicas e viver uma vida materialmente agradável. Como o oposto disso é desejável, pode-se concluir que o estado financeiro de pobreza é indesejável. Em contrapartida, quanto mais abundante de bens alguém for, ao menos tudo o mais igual, melhor será para ele.
Tendo isso em vista, pode-se imaginar um grupo hipotético de cem pessoas onde cada uma será ou pobre ou rica. Em desejando a maximização do bem-estar em linha com o que foi anteriormente considerado, pode-se concluir que o pior estado em que tal grupo de pessoas poderá se encontrar é aquele no qual todos os cem indivíduos são pobres, vivendo em sofrimento. Em contrapartida, o melhor estado possível para essa sociedade é aquele em que todos são ricos, vivendo na abundância. Consequentemente um estado intermediário onde alguns já atingiram a riqueza, porém outros ainda permanecem na pobreza, será inferior ao de plena riqueza, porém melhor que o de plena pobreza.
Neste caso, há dois estados de igualdade possíveis (totalmente pobre e totalmente rico) e um de desigualdade (apenas parcialmente rico) sendo um estado igualitário ruim (todos pobres) e um estado desigualitário melhor que um igualitário (melhor alguns ricos e outros pobres do que todos pobres). Isso, todavia, se opõe ao que declara a falácia da igualdade: não só há um estado igualitário que não é bom, como há um que é inferior a um com desigualdade. Segundo o método, portanto, fica assim demonstrado que igualdade não implica em qualidade.
Um caso similar é visível no âmbito da justiça. Em um país com leis e onde uma parcela da população sofreu agravos criminais, há a possibilidade de todos estes serem injustiçados, de todos receberem a justiça devida e de alguns serem justiçados enquanto outros não. Na medida que é desejável que um indivíduo receba a recompensa prevista em lei em face de um crime que lhe foi cometido, pode-se concluir que o pior cenário possível é aquele em que todos são injustiçados enquanto a melhor situação possível é aquela em que todos recebem o que lhes é devido. Por fim ainda há a possibilidade de alguns serem justiçados enquanto outros não. Neste caso, há duas situações igualitárias sendo uma delas não apenas ruim, mas a pior das possibilidades, e uma situação de desigualdade que, embora não o ideal, é melhor do que uma com igualdade. Tal exemplo também mostra, portanto, que o simples fato de haver igualdade não significa que algo seja bom ou melhor do que seria se houvesse desigualdade, ficando provado que a inferência em estudo é logicamente inválida.
Conclusão
Embora os exemplos apresentados demonstrem a falácia apresentada em concordância com o método proposto, pode ser tentador insistir em afirmar uma conexão entre igualitarianismo e estado qualitativo positivo em face de todas as melhores situações serem igualitárias (nos exemplos, todos ricos e todos justiçados). Essa relação, todavia, não passa de uma coincidência, pois o que torna tais estados desejáveis não é a sua igualdade, mas a presença abundante daquilo que os deixa bom (seja riqueza, justiça ou outra coisa). A sua característica positiva, portanto, não é mérito da igualdade.
Comentários
O reconhecimento da falácia igualitariana traz relevantes implicações para a esfera intelectual. Isso ocorre porque sua linha de raciocínio é comumente empregada em obras e teses em várias áreas como justificativa para uma grande variedade de propostas e posições. Sendo uma falácia, tais defesas são deficientes e deveriam ser rejeitadas. Também como foi visto, as teses ou posições que têm na defesa da igualdade o seu único argumento deveriam ser rejeitadas até que uma nova justificativa, válida, surja em sua defesa. Por fim, teses que são inescapavelmente conectadas com a falácia igualitariana, sendo impossível desassociá-las dela, deveriam ser rejeitadas. Um caso notório desta última implicação jaz na corrente ideológica denominada "de esquerda" ou "esquerdismo" como demonstra o raciocínio a seguir.
O reconhecimento da falácia igualitariana traz relevantes implicações para a esfera intelectual. Isso ocorre porque sua linha de raciocínio é comumente empregada em obras e teses em várias áreas como justificativa para uma grande variedade de propostas e posições. Sendo uma falácia, tais defesas são deficientes e deveriam ser rejeitadas. Também como foi visto, as teses ou posições que têm na defesa da igualdade o seu único argumento deveriam ser rejeitadas até que uma nova justificativa, válida, surja em sua defesa. Por fim, teses que são inescapavelmente conectadas com a falácia igualitariana, sendo impossível desassociá-las dela, deveriam ser rejeitadas. Um caso notório desta última implicação jaz na corrente ideológica denominada "de esquerda" ou "esquerdismo" como demonstra o raciocínio a seguir.
Ideologias, religiões, correntes filosóficas e outras formas de "pacotes de ideias" são caracterizados por defenderem uma ou mais proposições. Tais proposições são discrimináveis em "essenciais" ou "fundamentais" e "não essenciais" ou "supérfluas". As fundamentais são as necessárias para a veracidade e validade do pacote; precisa-se que todas sejam verdadeiras para que o grupo de ideias que as propõem seja racionalmente aceitável. Já as proposições supérfluas, embora possam ser comumente defendidas, são descartáveis; sua inveracidade não implica na invalidade do grupo de ideias respectivo. Por consequência, refutar ao menos uma proposição essencial implica em inviabilizar a crença e aceitação racional nos pacotes que a defendem. Já refutar até mesmo todas as proposições supérfluas não altera o status de aceitação racional de tais pacotes.
Por exemplo, o Cristianismo defende um conjunto de proposições organizadas em doutrinas. Entre essas, algumas são essenciais tais como a que afirma a existência de Deus e a que afirma a salvação da humanidade de seus pecados por meio da fé em Jesus de Nazaré. Como colunas fundamentais, a veracidade de tais ideias é necessária para a veracidade da religião: se ao menos uma dessas afirmações for falsa, então necessariamente a religião é falsa ainda que todas as demais sejam verdadeiras[N5]. O mesmo não procede com proposições respectivas a doutrinas periféricas como a da inerrância bíblica. Embora seja comum que cristãos a defendam, teólogos concordam que o Cristianismo estaria longe de ser provado falso caso tal doutrina fosse invalidada[R10].
Sendo assim, conclui-se que, se um pacote de ideias apresenta uma proposição essencial cujo único argumento usado para a sua sustentação expresse uma falácia como a igualitariana, então esse pacote é racionalmente inaceitável ao menos até que um novo e bom argumento seja apresentado. Também se conclui que, se uma proposição essencial inescapavelmente afirma uma falácia, então o pacote de ideias que a defende é racionalmente inaceitável. Um caso em que isso ocorre diz respeito ao esquerdismo.
Embora possa ser definida de mais de uma maneira, a ideologia esquerdista é intrinsecamente conectada à ideia da busca da igualdade social[R11][R12] em termos econômicos, civis e políticos. A luta pela igualdade é tema recorrente em trabalhos esquerdistas e a literatura sobre os mesmos constantemente os une apresentando um em termos do outro. Sendo assim, a busca pela igualdade social, representável pela proposição "deve-se buscar/defender/lutar pela igualdade social", é constituinte essencial da esquerda.
Quanto a tal proposição, pode-se indagar qual a razão da sua veracidade, o porquê que deveríamos buscar/defender/lutar pela igualdade social. E uma resposta provável de ser dada por um defensor envolveria a obtenção de um estado qualitativo positivo, i.e., porque de alguma forma "isso é/vai ser bom"[N6]. Uma vez que essa for a única razão de um indivíduo para ter essa posição, sendo ela a falácia da igualdade manifesta, então tal deveria parar de defendê-la. Em outras palavras, um indivíduo só deve ser esquerdista, buscando a igualdade social, se tiver algum argumento racionalmente válido para sê-lo que não apele à obtenção de um estado qualitativo positivo por meio da igualdade. Se esse for o seu único argumento, defender o esquerdismo será para ele uma ação irracional.
Já independente das razões que um indivíduo tenha para defender uma posição política, tais posições são sempre associadas à busca por um mundo melhor por meio das ideias por elas propostas. Ou seja, a busca por um mundo melhor é essencial a uma visão política e seja o que ela propor, naturalmente o fará com esse objetivo. Por exemplo, a visão direitista propõe conservadorismo moral e cultural, além da aceitação ou mesmo defesa de certas desigualdades, como meio para aquele fim. O liberalismo, por sua vez, propõe a defesa dos direitos humanos fundamentais de vida, propriedade e liberdade sob e entendimento que, se a humanidade vivesse segundo tais direitos, ela teria uma experiência de vida melhor. A busca por um estado qualitativo [mais] positivo para os seres vivos pode não ser o que se passa na mente de um ideólogo ao defender o seu posicionamento político, porém essas visões por si próprias visam tal objetivo. Elas não são como teses científicas, apresentando descrições de como a realidade é; antes, elas são prescritivas, afirmando como a sociedade deveria ser e agir em face da desejável obtenção de uma realidade qualitativamente superior.
Conclui-se que, sendo uma visão política, quando o esquerdismo prega que "deve-se buscar/defender/lutar pela igualdade social", ele o faz propondo ser esse o caminho para um mundo melhor. Mas em fazendo assim, o esquerdismo acaba por afirmar a falácia da igualdade, inferindo um estado qualitativo positivo (um mundo melhor) a partir da igualdade. Conclui-se, portanto, que a visão esquerdista está essencialmente conectada a um raciocínio racionalmente inválido e, portanto, consiste numa proposta irracional. Ou seja, em não havendo como afirmar o esquerdismo sem afirmar a falácia da igualdade, então tal visão política é racionalmente inaceitável.
Notas
N1: "Raciocínio dedutivo" é aquele em que necessariamente a conclusão será verdadeira se as premissas forem verdadeiras. O mesmo não procede com raciocínios indutivos em que as premissas são fornecidas visando apenas aumentar a probabilidade da conclusão. Nestes casos, ser non sequitur não implica em ser estruturalmente deficiente.
N2: Uma analogia útil à compreensão é entender a conclusão como um lugar aonde se pretende chegar separado da posição atual por um penhasco. Neste caso, um argumento equivale a uma ponte ligando ambos os lados. Se uma ponte ali presente estiver arrebentada, isso não significa automaticamente que não haja outras pontes logo adiante em melhores condições e seguras para a travessia.
N3: Seguindo o exemplo da N2, se só houver um caminho ao outro lado do penhasco e este estiver inviável, então será obrigatório permanecer na posição atual até que uma nova ponte seja construída.
N4: Por exemplo, Nelson Goodman procura resolver o caso da falácia de composição distinguindo propriedades "expansivas" e "não expansivas"[R9]. Seguindo essa sugestão, para argumentar em prol da coloração de um piso sem cometer a falácia de composição, se deveria afirmar tal distinção como parte das premissas.
N5: Concernente à fé em Jesus para a salvação dos pecados, o apóstolo Paulo manifestou esse entendimento em 1 Coríntios 15.
N6: Essa justificativa pode ser manifesta de várias maneiras indiretas, como em "porque assim teremos um mundo melhor", ou "porque assim é mais justo" ou ainda "porque assim seremos todos mais felizes".
Referências
R1: Gary N. Curtis, "Glossary", Fallacy Files, 2017, disponível em: <http://www.fallacyfiles.org/glossary.html#Argument> e acessado em 25 de outubro de 2017.
R2: Bradley Dowden, "Fallacies", Internet Encyclopedia of Philosophy, 2017, disponível em: http://www.iep.utm.edu/fallacy/> e acessado em 25 de outubro de 2017.
R3: Gary N. Curtis, "What is a logical fallacy?", Fallacy Files, 2017, disponível em: <http://www.fallacyfiles.org/introtof.html> e acessado em 25 de outubro de 2017.
R4: Clive Staples Lewis, "Undeceptions: Essays on Theology and Ethics", London: Geoffrey Bles, 1971.
R5: Antony Flew, "Thinking About Thinking: Do I Sincerely Want to Be Right?", London: Collins Fontana, 1975.
R6: Gary N. Curtis, "The Hitler card", Fallacy Files, 2017, disponível em: <http://www.fallacyfiles.org/adnazium.html> e acessado em 25 de outubro de 2017.
R7: English Wikipedia, "Adolf Hitler and vegetarianism", disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Adolf_Hitler_and_vegetarianism> e acessado em 25 de outubro de 2017.
R8: Gary N. Curtis, "Appeal to Nature", Fallacy Files, 2017, disponível em: <http://www.fallacyfiles.org/adnature.html> e acessado em 25 de outubro de 2017.
R9: Gary N. Curtis, "Composition", Fallacy Files, 2017, disponível em: <http://www.fallacyfiles.org/composit.html> e acessado em 25 de outubro de 2017.
R10: William Lane Craig e Joshua, "11 What Price Biblical Errancy?", Reasonable Faith, 2007, disponível em: <https://www.reasonablefaith.org/writings/question-answer/what-price-biblical-errancy> e acessado em 25 de outubro de 2017.
R11: T. Alexander Smith e Raymond Tatalovich, "Cultures at War: Moral Conflicts in Western Democracies", Toronto, Canada: Broadview Press, 2003, p. 30.
R12: Norberto Bobbio e Allan Cameron, "Left and Right: The Significance of a Political Distinction", University of Chicago Press, 1997, p. 37.
Interessante o texto. Gostaria de saber, no conservadorismo, quais seriam as desigualdades aceitas e defendidas, e no liberalismo, como se defende o direito à propriedade e liberdade sem igualdade?
ResponderExcluirPrimeiramente obrigado pela participação e desculpa pela demora em responder.
ExcluirQuanto à sua primeira pergunta, creio que não há uma resposta definitiva e geral: uma pessoa pode ser adequadamente identificada como "conservador" sem que necessariamente acredite e aceite tudo o que outros conservadores o façam. Em outras palavras, não há uma "medida certa" de desigualdades aceitáveis e defensíveis ao conservadorismo. Com isso em mente, poderíamos dizer que o conservadorismo é aberto a aceitar e mesmo defender quaisquer desigualdades.
Quanto à sua segunda pergunta, creio que um liberal seria muito melhor capacitado do que eu para responder-lhe. O que posso comentar é que tradicionalmente liberais defendem que todos os seres humanos, portanto igualmente, possuem os direitos liberais fundamentais de vida, propriedade e liberdade salvo em situações especiais como para fazer justiça. Assim sendo, um liberal poderia defender os direitos fundamentais sem apelar para a igualdade e em consonância com os casos especiais fazendo uso do conceito de "proporcionalidade": seres humanos em situação natural devem ter seus direitos respeitados enquanto os que sairem dessa situação, como os criminosos, podem ter esses direitos violados.